(Clique na imagem para ampliar)
Estamos com o cronograma em dia. O plano de transformação a longo prazo do Rio numa cidade (mais) miserável passeia de vento em popa; Eduardo Paes, mais um político carioca com o execrável perfil dos tipinhos que atuam nessa cidade por quase duas décadas, administrará, a partir do ano que vem, a Cidade Maravilhosa por quatro anos.
Aliás, qualquer pessoa que ainda chamar o Rio hoje de Cidade Maravilhosa ou é porque está colocando uma paixão desmedida e mimada bem acima da razão ou porque perdeu a visão, a audição e o olfato em 1983. Essa cidade, só não vê quem não sai daqui (e cariocas não costumam viajar, salvo para a região dos lagos), é um dos piores lugares para se viver hoje no Brasil.Não é exagero.
Veja, caro leitor, vamos nos despir daquela imagem que temos da capital fluminense e trasportar realmente o que ela é hoje para uma cidade fictícia; Lago de Fevereiro.
Lago de Fevereiro tem uma posição geográfica privilegiada; Praias, morros, aterros modernistas, florestas, lagoas (que dá o nome a cidade)... Tudo isso é só no cartão postal ao passo que as praias estão totalmente poluídas, os morros estão tomados por habitações irregulares, suas lagoas viraram urinol de condomínios construídos aos borbotões sem estudo de impacto urbanístico nem cuidado do poder público com seu esgoto (e, como é o mercado imobiliário quem manda e a prefeitura já está comprada, quem se importa com estética? Constroe-se o que couber mais unidade no terreno), as florestas são inacessíveis e o que se acessa já está tomado por farofeiros que levam frango e cachaça ou por religiões que - coincidência? - usam farofa, frango e cachaça em seus cultos. E os aterros são o sonho de qualquer mendigo. Lugar âmplo para se dormir ao relento, mijar tudo em sua volta e trocar aquele par de cigarro esperto por uma "chupeta" em plena luz do dia. Bem, já que os Basiobas (nativos de Lago de Fevereiro), preferem ir ao Shopping do que ir aos aterros, constitue mais ainda o abandono.
Bem, Parece que Lago de Fevereiro não está tão bonita assim. Mas, espere! O dia-a-dia tem que fazer valer a fama de Cidade Esplendorosa!
Os Basiobas não gostam de trabalhar e querem que você fique ciente disso o tempo todo, fazendo seu serviço - qualquer um - reclamando. Isso pode ser bem desanimador. É um milagre a economia basioba existir. O transporte coletivo também não é muito bom, ao passo que quem manda não é o poder público e sim empresários. Concessão pública é uma formalidade para federalistas verem. E, dentro desse universo dos ônibus, o motorista é quem manda em seu coletivo, escolhendo se pára ou não para passageiros, afinal, ele não queria estar ali trabalhando também. Além de seu império interior, a rua também pertence a ele, junto aos motoristas de vans e aos taxistas que, com suas artimanhas bem malandras típicas do basioba, deixam a já triste malha viária da cidade um inferno, parando no meio da via, promovendo buzinaços e fechadas que matariam Hamilton de inveja. Mas é difícil pedir para taxistas e vans maneirarem pois, não raramente, tem uma costa quente de alguém de seu sindicato, que está a serviço do tráfico de drogas e das milícias e essas retribuem favores elevando politicamente sindicalistas para que possam ser testas de ferro no legislativo local.
Espere! Eu não escrevi que Lago de Fevereiro tem problemas com drogas?
Pois é. Tem. Lago de Fevereiro é um dos maiores nichos de tráfico de drogas no seu país. Especialmente cocaína. E curiosamente seu país não planta e vagamente refina cocaína. Curioso. Mas, enfim, o tráfico de drogas atrapalha bastante a cidade, posto que a guerra pelo tráfico fez com que traficantes e policiais (vejam, escrevi "traficantes e policiais" e não "traficantes e Estado") entrassem em um conflito particular tão profundo que hoje os policais estão tomando conta dos negócios que outrora pertenciam a traficantes. E esse conflito dá problema para os basiobas! Balas perdidas, investidas assassinas de policais, crimes sangrentos pelos bandidos, fechamento de ruas, delegação de leis próprias em dados locais da cidade, insegurança, mudança de conduta dos policiais para com o cidadão, desfoque e esquecimento dos usuais problemas policais como furto, roubo, agressão, etc... O basioba, que não pode contar com o Estado, só resta fumar um ou cheirar algumas carreiras espertas para levar a coisa toda na esportiva. Mas, o basioba é malandro e o basioba é esperto! Ao invés de tentar mudar isso pelos meios legais ou voto - que é coisa de otário - eles pagam uma merecida cervejinha pro "Seu Poliça" para as coisas ficarem numa boa. Esquentar a cabeça para quê?
O múltiplo leque de entretenimento de Lago de Fereveiro é o seguinte ; Praia poluída, restaurantes que cobram pela decoração e não pela horrorosa comida, cinemas repletos de basiobas qeu não sabem assistir filmes quietos, festivais de cinema tranformados em virtine de poses e jogos de futebol dos times mais incompetentes dos campeonatos nacionais. Shows? Uma variedade sem igual; Samba-Rock, Samba-Rap, Samba Hip-Hop, Samba Canção, Samba de Gafieira, Samba de Roda, Samba Universitário, Samba. Tem também funk e bossa nova, com uma pitada de samba. O teatro de humor é sempre ligado aos mais falidos bordões da comédia de sua principal emissora televisiva e inteligência - ou qualquer sinal dela - não há. O cinema fala bastante de algumas áreas de Lago de Fevereiro, as regiões mais pobres, claro, mas sempre acabam poetizando alguns problemas sociais e terminam celebrando uma desgraça como algo "lúdico" (um doce para quem der vários chutes na pessoa que colocou essa palavra na moda). E nem adianta criar ou demonstrar seus próprios gostos, os basiobas repelem aquilo que você de fora gosta, afinal, tomam como verdade suprema que são o centro cultural do país em que vivem e tudo que produzem, assistem e consomem é o correto.
Mas, essa é a cultura basioba, talvez imutável, portanto, repeitemos. Mas o que é estranho em Lago de Fevereiro é a cidade. As ruas são maltradas porque os basiobas, com razão, já não acreditam em algo coletivo. A raiva e frustração por inúmeras situações terríveis da cidade faz do outrora caloroso basioba um bronco indiscritivelmente egoísta. A cidade que echia o peito do avô do basioba de orgulho está em ruínas. Abandonada e maltratada. O desgosto e amor que o basioba tem pela cidade deve se assemelhrar a que filhos de prostitutas tem com suas mães. E segue assim, sem esperança, sem um mínimo sinal de que a coisa mudará. Pelo contrário, cada dia fica pior e pior.
Não dá pra chamar Lago de Fevereiro de Cidade Esplendorosa.
Estamos com o cronograma em dia. O plano de transformação a longo prazo do Rio numa cidade (mais) miserável passeia de vento em popa; Eduardo Paes, mais um político carioca com o execrável perfil dos tipinhos que atuam nessa cidade por quase duas décadas, administrará, a partir do ano que vem, a Cidade Maravilhosa por quatro anos.
Aliás, qualquer pessoa que ainda chamar o Rio hoje de Cidade Maravilhosa ou é porque está colocando uma paixão desmedida e mimada bem acima da razão ou porque perdeu a visão, a audição e o olfato em 1983. Essa cidade, só não vê quem não sai daqui (e cariocas não costumam viajar, salvo para a região dos lagos), é um dos piores lugares para se viver hoje no Brasil.Não é exagero.
Veja, caro leitor, vamos nos despir daquela imagem que temos da capital fluminense e trasportar realmente o que ela é hoje para uma cidade fictícia; Lago de Fevereiro.
Lago de Fevereiro tem uma posição geográfica privilegiada; Praias, morros, aterros modernistas, florestas, lagoas (que dá o nome a cidade)... Tudo isso é só no cartão postal ao passo que as praias estão totalmente poluídas, os morros estão tomados por habitações irregulares, suas lagoas viraram urinol de condomínios construídos aos borbotões sem estudo de impacto urbanístico nem cuidado do poder público com seu esgoto (e, como é o mercado imobiliário quem manda e a prefeitura já está comprada, quem se importa com estética? Constroe-se o que couber mais unidade no terreno), as florestas são inacessíveis e o que se acessa já está tomado por farofeiros que levam frango e cachaça ou por religiões que - coincidência? - usam farofa, frango e cachaça em seus cultos. E os aterros são o sonho de qualquer mendigo. Lugar âmplo para se dormir ao relento, mijar tudo em sua volta e trocar aquele par de cigarro esperto por uma "chupeta" em plena luz do dia. Bem, já que os Basiobas (nativos de Lago de Fevereiro), preferem ir ao Shopping do que ir aos aterros, constitue mais ainda o abandono.
Bem, Parece que Lago de Fevereiro não está tão bonita assim. Mas, espere! O dia-a-dia tem que fazer valer a fama de Cidade Esplendorosa!
Os Basiobas não gostam de trabalhar e querem que você fique ciente disso o tempo todo, fazendo seu serviço - qualquer um - reclamando. Isso pode ser bem desanimador. É um milagre a economia basioba existir. O transporte coletivo também não é muito bom, ao passo que quem manda não é o poder público e sim empresários. Concessão pública é uma formalidade para federalistas verem. E, dentro desse universo dos ônibus, o motorista é quem manda em seu coletivo, escolhendo se pára ou não para passageiros, afinal, ele não queria estar ali trabalhando também. Além de seu império interior, a rua também pertence a ele, junto aos motoristas de vans e aos taxistas que, com suas artimanhas bem malandras típicas do basioba, deixam a já triste malha viária da cidade um inferno, parando no meio da via, promovendo buzinaços e fechadas que matariam Hamilton de inveja. Mas é difícil pedir para taxistas e vans maneirarem pois, não raramente, tem uma costa quente de alguém de seu sindicato, que está a serviço do tráfico de drogas e das milícias e essas retribuem favores elevando politicamente sindicalistas para que possam ser testas de ferro no legislativo local.
Espere! Eu não escrevi que Lago de Fevereiro tem problemas com drogas?
Pois é. Tem. Lago de Fevereiro é um dos maiores nichos de tráfico de drogas no seu país. Especialmente cocaína. E curiosamente seu país não planta e vagamente refina cocaína. Curioso. Mas, enfim, o tráfico de drogas atrapalha bastante a cidade, posto que a guerra pelo tráfico fez com que traficantes e policiais (vejam, escrevi "traficantes e policiais" e não "traficantes e Estado") entrassem em um conflito particular tão profundo que hoje os policais estão tomando conta dos negócios que outrora pertenciam a traficantes. E esse conflito dá problema para os basiobas! Balas perdidas, investidas assassinas de policais, crimes sangrentos pelos bandidos, fechamento de ruas, delegação de leis próprias em dados locais da cidade, insegurança, mudança de conduta dos policiais para com o cidadão, desfoque e esquecimento dos usuais problemas policais como furto, roubo, agressão, etc... O basioba, que não pode contar com o Estado, só resta fumar um ou cheirar algumas carreiras espertas para levar a coisa toda na esportiva. Mas, o basioba é malandro e o basioba é esperto! Ao invés de tentar mudar isso pelos meios legais ou voto - que é coisa de otário - eles pagam uma merecida cervejinha pro "Seu Poliça" para as coisas ficarem numa boa. Esquentar a cabeça para quê?
O múltiplo leque de entretenimento de Lago de Fereveiro é o seguinte ; Praia poluída, restaurantes que cobram pela decoração e não pela horrorosa comida, cinemas repletos de basiobas qeu não sabem assistir filmes quietos, festivais de cinema tranformados em virtine de poses e jogos de futebol dos times mais incompetentes dos campeonatos nacionais. Shows? Uma variedade sem igual; Samba-Rock, Samba-Rap, Samba Hip-Hop, Samba Canção, Samba de Gafieira, Samba de Roda, Samba Universitário, Samba. Tem também funk e bossa nova, com uma pitada de samba. O teatro de humor é sempre ligado aos mais falidos bordões da comédia de sua principal emissora televisiva e inteligência - ou qualquer sinal dela - não há. O cinema fala bastante de algumas áreas de Lago de Fevereiro, as regiões mais pobres, claro, mas sempre acabam poetizando alguns problemas sociais e terminam celebrando uma desgraça como algo "lúdico" (um doce para quem der vários chutes na pessoa que colocou essa palavra na moda). E nem adianta criar ou demonstrar seus próprios gostos, os basiobas repelem aquilo que você de fora gosta, afinal, tomam como verdade suprema que são o centro cultural do país em que vivem e tudo que produzem, assistem e consomem é o correto.
Mas, essa é a cultura basioba, talvez imutável, portanto, repeitemos. Mas o que é estranho em Lago de Fevereiro é a cidade. As ruas são maltradas porque os basiobas, com razão, já não acreditam em algo coletivo. A raiva e frustração por inúmeras situações terríveis da cidade faz do outrora caloroso basioba um bronco indiscritivelmente egoísta. A cidade que echia o peito do avô do basioba de orgulho está em ruínas. Abandonada e maltratada. O desgosto e amor que o basioba tem pela cidade deve se assemelhrar a que filhos de prostitutas tem com suas mães. E segue assim, sem esperança, sem um mínimo sinal de que a coisa mudará. Pelo contrário, cada dia fica pior e pior.
Não dá pra chamar Lago de Fevereiro de Cidade Esplendorosa.
No comments:
Post a Comment