Operação Dezdomês – 8/08/07 – Dia 4.
Finalizei o serviço de free-lancer que me pediram semana passada. Não sabia se o retinha e cobrava mais grana, num claro sinal de terrorismo trabalhista, ou se me livrava dele de uma vez, permitindo-me ir à busca mais vezes. Deixei para pensar nisso quando estivesse nas ruas procurando meu emprego fixo.
A regra de entrar pela força na empresa parece não estar dando muitos resultados. Curioso como a primeira lição qeu aprendi na vida, ainda como esperma, não está valendo para uso corporativo. A cada prédio que entro, vejo mais resistência por parte das atendentes. Não sei se a resistência está aumentando porque elas se comunicam, mas suspeito que seja porque não poupo mais palavrões para expor minhas intenções na companhia. Também tenho que me policiar quanto aos perdigotos de raiva e gesticulações obscenas. Ah, “Tá com um ‘x’ nas costas, vaquinha! Fica esperta!!” não é coisa que se diga na hora de ir embora. Aprendendo com a prática.
Confesso que minhas lições não foram somente fruto de auto vigilância, devo agradecer também aos seguranças particulares que, aqui, nesse diário, apresentam-se como novos personagens. Impresisonante que com o toque de um botão, vários sujeitos vestidos elegantemente aparecem do nada usando táticas pouco cavalheiras para me tirar do prédio. Quando finalmente consegui sair dos arbustos dos limites do edifício, compreendi que seria bom ser mais educado não somente na hora de implorar aos seguranças para não me baterem, mas também com as recepcionistas. São humanas, assim como eu.
Quando voltei para as ruas com a roupa limpa – aparecer com blusa ensanguentada em empresas não reflete dinamismo – tentei de todos os modos conter-me e surpeendentemente deu resultados. Monido do espírito polido graças a alguns cascudos, até me dispuz a ser educado com transeuntes. De minha casa até um estúdio de design, o alvo de emprego, dei quatro “Boa tarde”, alguns “Opa! Perdão.” e incontáveis “obrigados”. No meio disso tudo, ajudei uma senhora a pegar sua bengala que havia caído no chão. Espero que isso envernize minha imagem no juízo final.
Não tive, novamente, retorno. Mas me senti bem em sair do estúdio com minhas próprias pernas, ser gentil com o próximo e nem flertar com a atendente que, francamente, era muito gostosa.
Saturday, August 11, 2007
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